quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ar... ( Os quatro elementos IV )


Ar...      (Os quatro elementos IV)

Me movam todos os Ares...
Turbilhão de movimentos,
conduzem nuvens no céu,
brisas, rajadas, ventos,
que avivam a vida na terra
e mudam os rumos dos seres...
Ar que anima a Alma,
que viaja manifesta,
às vezes em redemoinho
e às vezes em calmaria...
Vida sem Ar...teria?
Quando o Ar se quer tormenta,
para alguma missão cumprir,
instantes antes inventa,
um jeito de se anunciar...
Pede ao céu que se escureça,
aos mares um revolver,
às matas que se balancem,
os rios que se preparem
para as águas que vai trazer...
Ar que corre solto,
levando o beijo das flores
que revelam os amores
estampados em frutos depois...
Ar...te sei assim, tão eu e tão vital,
elemento primordial,
então me venham todos os Ares,
que eu o tenha e ele me tenha
numa troca em vendaval...
Depois brisa em acalanto
que alivia as emoções,
embala e seca o pranto
sossegando os corações...
Ar de todas as asas,
que voam em planação,
é ar que liberta a essência,
é Ar da respiração...
                         Ar que a vida sustenta...
                         Ar que permite a ação...
                         Ar que a tudo permeia...
                         Ventos que o Ar inventa...

                ( Será de Ar que a Lua é cheia? )

imagem: Google

domingo, 25 de janeiro de 2009

Terra...uma viagem no grão... ( Os quatro elementos III )


De todos os minerais,
somados a uns tantos ais,
e toque do Dedo Divino,
surgistes em mesclado pó...
Primeiramente acalmastes o coração,
preparando-te em tempos milhares,
em mutações seculares,
surgistes como pequeno grão
no espaço Universal...
Eis que  tu transcendes...e te ascendes
em cadinho missional,
para tantas formas de vida
que a divindade desprende...
Terra...estrutura básica da forma em mim,
Terra...de Todos, Mãe atávica,
elemento do concreto eu,
pois em ti tens
os componentes da matriz
de todos terráqueos gens!
Terra, essa crosta planetária
que abriga rios e mares,
orienta os ventos,
te vestes de verdes florestas,
a quem ofertas os cristais alimentos...
Terra, do Planeta terra,
que quando inspiras, eleva-te em montanhas,
e ao expirar, deita-te em vales floridos,
onde o sol e a Lua brincam nas tuas entranhas...
Rainha entre os Reais componentes,
assim com os teus três irmãos elementos,
promoves a vida gerando flores, frutos e sementes,
eterno reciclado Paraíso,
pó, barro Adão, costela Eva...
...e o Universal  Aviso...
  Terra...
  Terás
  Elementos
  Raros
  Ratificando
  Amor...
   
Depois... ( depois de todos os "hojes" )
Terra eu serei outra vez,
quando enterrar meu coração
no alto da Montanha!

imagem: pinhal

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Fogo... ( Os quatro elementos II )



Fogo...
Antes luzia etéreo...

Eis então que cai o véu,
vem do céu para o chão
divino elemento surgido
num divino raio clarão...
Nos primórdios das Eras,
como Deus ali gerado,
foi mantido nas cavernas
pelo humano em evolução...
Labaredas se elevaram,
acenderam-se as fogueiras,
em ardente combustão,
condenadas benzedeiras...

Supertição?

Perfiladas chamas sustentam,
em aparente sublimação,
por séculos, séculos e séculos,
egrégoras em ruidosa oração...
Força motriz nas usinas,
em tochas clareava as minas,
clareou o escrever dos poetas
nas pequenas lamparinas...
Nas noites que a grande lua transita,
incita o fogo das paixões,
eternas são essas fogueiras
levitando os corações...
Fogo que gera a vida,
fogo que a vida destroi,
fogo estando na pira,
homenageia o herói...
Serpente de fogo se eleva 
seguindo a meditação
voa liberta sem véu,
é fogo etéreo subindo
de volta de novo pro céu... 




imagem: fogo

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O esconder-se da Poesia...


Estou aqui em minutos imersos,

na espera da sorrateira poesia,

que não quer misturar-se nas letras

para nascer em palavras e versos... 

Se esconde , me escapa,

resvala por entre as valas

que tem o meu coração...

Estou aqui no aguardo,

que se decida pelo aceite

do meu título de crédito,

que me pague, se apresente,

se exponha ao inédito...

Já lhe disse que não tema,

que me venha em alegria

qual criança faria,

brincando num pequeno poema!

imagem: pintar

Passos em frente...


Deixei na curva do caminho,

quando mudei de rumo no viver,

todos os emperrados desalinhos,

larguei de vez esse não ser...

Deixei também as mágoas tolas,

as queixas, migalhas, a falta da flor,

deixei lá bem trancafiada

a obstinação pela dor...

Olhando agora, assim de longe,

lá na curva do caminho,

ficaram folhas de papel,

quase pergaminhos

rotos, relidos e amassados

pelo tempo amarelados,

abandonados por fim...

Me libertei dessas amarras,

e num profundo respirar

e olhando  para mim,

reeditei  minha escrita...

                              O que deixei,

                               lá na curva do caminho,

                              foi o rascunho

                             (que não passei à limpo)

                             que escrevi de mim...

imagem: caminho

Águas... ( Os quatro elementos I )


Águas...
Águas que descem do céu,

que rolam no chão,
descansam nos lagos
e pelos rios se vão...

Águas bem-vindas,
que nutri de seiva
o trigo que doura
e transformam-se em pão...

Águas que matam a sede
da fauna e das matas,
as quais recriam e florescem
em perene comunhão...

Águas que tonificam
mantendo a vida,
que rolam nos rostos
numa lágrima caída...

Águas que em leves vapores
pintam telas no céu,
desenhando com nuvens
montanhas, estradas, florestas e flores...

Águas tão andantes assim,
peregrinas ancestrais...
Cristralinas águas
que moram em mim...
  

Astralinas águas
onde mora meu Eu!
Águas...

Universal... Utopia?


Universal... Utopia?

Ultraliricos uivos...
Um uniforme universo unificado...
Últimos ultraliricos uivos
ultrapassaram unidos ulteriores...
Uma única utopia
usufruiu ululantes ultimatos...
Ungüentos ungiram unicidade
unificando urgências unissonantes...
Unitarista, unipolar, unânime -
   
  Unificado
  Universo,
  Uniforme
  Um...


imagem: universo

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Ainda não li...


Ainda não li...

Ainda não li
os poemas raiados no amanhecer,
os poemas escritos nas folhas,
os poemas tatuados nas pedras...
Ainda não escrevi
o amanhecer da minha alma,
as folhas das matas que me verdejam,
as pedras que me são...

  Preciso abrir esse livro e,
  antes do anoitecer,
  ler as páginas já grafadas

  e escrever nas páginas em branco...


imagem: livros

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Estruturas...


Estruturas...

A estruturada pedra 
também sonha em escorrer-se,
como o coração deseja 
palpar a estrutura do sonho...
   
                                 Apedram-me sonhos líquidos...

imagem : paraybapaga

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Espera...



Espera...


A rua fria e paciente espera
pela estrela cadente,
que por hora
sorri nas águas
que se escorrem
junto ao meio fio da calçada...
                                   

                        onde os alheios passos pisam...

imagem: vitor

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Saudades do beija-flor...



Rolaram as gotas de orvalho,

como lágrimas fossem,

quando o beija-flor 

pousou no lembrar

daquela rosa...

imagem: google

sábado, 10 de janeiro de 2009

......da plasticidade do inesperado momento esperado...

...da plasticidade do inesperado momento esperado...


Seriam, quem sabe, olhos sem os olhares perdidos
quando voltam-se mirando
ao horizonte escarlate dos teus sonhos?
Seriam, talvez, vontades que te explodem no peito,
quando vagueias na miragem pintada dos teus desejos
palpáveis a um fechar de olhos?
Seriam, por ventura, as amarras soltas de teu libertar
quando em reflexivo espanto, te vislumbras amando o amor sonhado?
Seriam, incisivos e proficuamente, teus minutos de plenitude glorificada?
Plena e reveladamente Você
na vida que o viver contém,
no imaterial que tua matéria abriga,
na verdade que a realidade escondia,
nos movimentos sincronizados na dança ritmadamente executada...
No próprio explodir da explosão ocorrida!
Seriam sim, os momentos a ti chegados num esperado verão,
num inesperado dia, que o céu lavou-se de todas as culpas,
e tudo tornou-se céu por excelência...
Seriam, agora com certeza desnuda... sim, seriam!

imagem: dança

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Refração...

Refração...


Revestida reincidência,
ressurge rondando
recanto rústico,
rapina restos,
rasga remendos,
remói ranços
reavivando rotos repentes...
Remexidas rezas,
reeditadas rimas,
repensados rituais,
refazendo redes...
Rastreando rastros
removeram-se roupagens,
requintadas relíquias
reluziram refutadas...
Reinado revela-se
rapidamente re-incluído
revivendo re-moldagens,
renomeando redutos...
Rainha?
Rei?

imagem: webgirlpip