quinta-feira, 14 de abril de 2011

Bendita a chuva que cai...













Bendita chuva que cai...

Há mistérios pra desvendar,
Basta parar pra pensar...
O que faz num repente
O tempo mudar?

A nuvem esconde o sol,
Como cortina ou véu,
São Pedro arrasta os móveis,
Pra lavar o chão do céu...

É bem grande a limpeza,
São “Astrais” essas vontades,
Tanta água envolvida
Que despencam em tempestade...

Mas quem é que suja o céu,
Cá debaixo perguntaram...
Um relâmpago responde:
"Pensamentos que nos mandaram...".

São então baldes virados
Com essa água bendita,
Que lava o chão lá do céu,
E cá nossa mente, não bonita...

Há esperança porém...,
Volta o sol iluminando
Velhos caminhos tortos
Que a chuva foi limpando...

A cada limpeza feita,
Junto vem claro recado:

Prestem mais atenção
Nisso que chamam intuição,
Desfaçam esse Eu magoado,
Sejam mais Amorosos,
E "Caminhem" com mais cuidado!"


imagem: Google



segunda-feira, 4 de abril de 2011

Constatação...



Cruel constatação...
Não existe explicação,
Nem alquimia que transmute
Esse dilema pregresso,
Quando a dúvida acompanha,
E o silêncio se agarra na interrogação
Com vontade tamanha,
Potencialmente velado,
Irredutivelmente ocluso...
Entretanto ainda assim conduz
Pelas veredas do caminho!
Triste manifestada conclusão:
Há mais lucidez naquilo que esconde,
Mais do que é revelado em plena luz...
Cai
Combalida
A Criação...


imagem: google

sábado, 2 de abril de 2011

Pertences. (Republicação)









...é como lança cravada no sol
  que se derrama em incêndios,
  como um parar de repente
  das águas correntes do rio,
  é como um vento pendurado
  no sombrio de um parreiral...
...é como essa gargalhante tristeza,
  que coloca gargalheiras a travar a voz,
  que recolhe luz e destila tormentas,
  como um entalhe que dorme num acordar,
  e acorda num sonho entalhado em pedra fria...
  Revela-se assim, esboço apenas dessa obra mais prima,
  de qualquer poema, não é a rima,
  é uma poesia sem o poeta,
  é o espaço da cor da flor da primavera passada...
...é essa esperança tresloucada dos paralelos trilhos,
  sonhando o encontro...logo ali...
  é como o raso do profundo desse poço estendido,
  esse jeito confuso e incontido do conter-se
  nas tentativas insanas, ao riscar-se limites,
  tentando não escorrer-se...
  Ainda assim, é esse sentir incabido,
  de um caminhar parado,
  pairado por sobre um chão que passa...
  Foi urgente essa leitura socorrista,
  com os olhos baixados, mas não cerrados,
  olhei para dentro, vislumbrei diversificados motivos,
  escancarada no peito a identidade...
...descubro por fim...é a saudade,
  indolentemente a rir-se de mim!