segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Quando questionaram...

Quando quase queria
quedou-me quiescências...
Quantas quimeras
quinhoaram queixas...
Querelas queimaram
questionando quesitos,
questionando qualificações...
Quantificando quanta
quebraram-se quebrantos.
Quantos quesitores 
queriam questionar?
Querubins quérulos
quedaram-se quietos...

Quando?
                                  Quando queriam quietas quimeras!

                                  Quando queriam quietação!

imagem: anjo

domingo, 28 de dezembro de 2008

...uma folha...

...tem serenidade nessa folha que o vento leva...

É serena pela missão cumprida, a de "ser" apenas,

porém plena e feliz no sentido!

imagem: folhavoando

sábado, 27 de dezembro de 2008

Em navegando...


Navega em mim
esse desnorte
que ruma ao sul,
e na travessia se encanta,
não sabe bem se com o leste,
ou com o oeste,
talvez deseje mesmo
é ficar...no entre-rios!
 

imagem: barco

Haikai 108


bem-te-vi canta

ao acordar do sol-

tépidas manhãs

imagem: bem-te-vi

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Caminhos...



São tantos os caminhos,
são tantas as informações...
E pedem rápidas decisões!


Me agito nesses instantes,
busco direções,
faço uma escolha...


Às vezes acerto,
às vezes erro,
porém a ação é sempre correta...


Movimento...
Experiência...
Vivência!

             Um esperar?
             Felicidade!

imagem: caminhos mágicos


terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Haikai 107


todos os sons calam
o silêncio é reverência-
a tarde cai quieta

imagem: Renato Vicentini

sábado, 20 de dezembro de 2008

Haikai 104


filete de prata
sanga silente que corre-
são claras as águas

imagem: riacho

Haikai 103



um luar redondo

rola no céu nevoento-

tem chuva na espera


imagem: luarnuvem

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Gris...


Gris...


Há uma dormência na tarde,
um quase estanque do instante,
quando o céu se pinta de gris...


                                        Plasma-se reflexivo...depois chora!

imagem: chuva

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Gritos e Ecos(sistema)... Planeta Terra...Quem Erra?


Gritos e Ecos(sistema)...  Planeta Terra... Quem erra?


 Todos os vendavais, 
 Da Terra são os ais 
 Que agonizam... 
 Todos os temporais 
 É a Terra em prantos  
 Que se esvai... 
 Em outros recantos,
 O fogo que queima, 
 E a seca que seca, 
 Mata o que é verde,
 A Terra morre de sede...
 Onde estão todos os minerais, 
 Todos os sais, 
 E o ventre quente, 
 Com tanto amor, 
 Para a semente 
 Frutificar?
 Tantos rios, tantos mares, 
 Tantas planícies, 
 Tanta meiguice num por de sol, 
 Tantas cachoeiras, 
 Tantas palmeiras e sabiás?
 Fauna e flora, ofertadas a tempo e hora... 
 Nada restou! 

 Mas foi nossa essa escolha, 
 Suicídio nossa opção, 
 De matança nos nutrimos, 
 Como esperar compaixão? 

  ...Há tempo porém, 
  Basta pôr Amor no coração! 
  

imagem: Fiocruz

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Meditação...


 Meditação...

 ...se esse viajar para dentro
  nos carrega para fora
  de nossa porta,
  que nos olhemos de fora,
  para descobrir quem somos...
  Depois... corajosamente
  mudar o que for preciso...
   
imagem: google
 

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Outras Orações...



Outras Orações...

Olhos opacos olhando o ontem,
Oscilei, ou optava ordeiramente
Obscurecendo o olhar,
Ou obrigava-me orar oniscientemente...
Outros olhos olharam,
Obtendo outras orientações,
Outras outorgadas opções,
Outras orações...
Ouviram odes oniricamente oriundas
Observando os outeiros otimistas,
Ou ouvindo os organistas obreiros...
Orpheus orféicos orquestradores
Onde ocultaram os ouvidos?
Onde obtiveram ouros orfeônicos?
Ousem...
Ofereçam-me o onipotente olhar onírico...
 
 imagem: Revellon Surreal: Divino Pintor

sábado, 29 de novembro de 2008

Sementes...


Sementes...

Sementes
 que o vento carrega,
 que a terra recolhe,
 que a chuva abençoa,
 agradece em flor...
 Flor que floresce,
 transmuta em fruto,
 renascem as sementes
 que o vento carrega,
 que a terra recolhe,
 que a chuva abençoa,
 retorna a flor...


imagem: nostradamamorgana

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Retrato



Retrato

Lago, lagoa, laguna,
Que tens na calma
Das águas quentes,
Toda a montanha espelhada
Que retratas contente...
Feliz te sonhas certamente,
Por seres "espelho retrato"
Da relva, das flores, do mato,
Recolhe na terra
O céu que espelhas,
E assim abraçado a Ele,
Te balanças no balanço lento
Do ninar do vento...
Do ninar do vento...
Do ninar do vento...

imagem: Google

domingo, 23 de novembro de 2008

Excelência...



Excelência...

Esse tempo de mil cores
primavera é alegria,
vão embora minha dores,
ressuscito por magia...

Nesse tempo de voares
todo o corpo é alado,
já não dói os teus falares,
o sofrer fica calado...

Borboletas prazerosas,
felizardas na vivência,
são amantes tão ditosas,
perfumadas na essência!

No depois do tempo ido,
fica o feito, a consequência,
nada é dor, nada é doído

fica Amor por excelência!

gaivotadourada

imagem: Marcodede

sábado, 15 de novembro de 2008

Olhando para o chão...( 3)


Olhando para o chão... ( 3 ) 

 
...era um recanto
  bem no canto
  no fim da rua...
  a tardinha
  já estava
  risonha,
  limpinha convidava
  a gastar o tempo
  no findar do dia...
  uma roda de crianças
  rodopiando rodopiavam
  ciranda cirandinha...
  sentadinha na calçada
  uma meninha só olhava
  toda essa euforia...
  de repente chama os outros,
  já aos pulos de alegria:
  - vejam só o que eu achei
  bem juntinho aqui de mim...
  - seria uma moedinha?
  - Não, um trevo de quatro folhas
  junto com uma florzinha!

                                             ... ao derredor a vida vive...

imagem: rivello

Olhando para o chão...( 2 )



Olhando para o chão... ( 2 )

...era assim
  redonda,
  um tanto disforme,
  funda
  mas não tão profunda,
  nem tão grande
  mas dava para ver o céu,
  as nuvens em movimento
  e reluzia um reflexo quase doído...

  - Era um pedaço de espelho no chão caído?
  - Não, pela manhã tinha chovido,
  era uma poça d'água no asfalto corroído...


  ...ao derredor a vida vive...


imagem: jGui_k

Olhando para o chão...(1)

Olhando para o chão... ( 1 )

...um pequenino
  pedaço
  de pequenina
  folha
  caminha por entre
  pequeninas pedras...
  - Como? Folha caminha?
  - Não, é uma pequenininha
  formiga
  que a carrega...
   

  ...ao derredor a vida vive...!

imagem:  vivitesche

domingo, 9 de novembro de 2008

Essas ondas...



Essas ondas...

 Queria eu
 navegar
 nas ondas
 do mar,
 percorrer
 as ondas
 da luz,
 ressoar
 nas ondas
 do som,
 entender
 as ondas
 que sou...


Imagem: Lucia Lemos

 

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Existir


Existir...

Deixe que o sol chegue,
deixe que se desfaçam os sombrios,
os escuros que encobrem
os pequenos e quietos cantos...
Deixe que os cantos
recebam o impacto dos raios, 
da luz,
da possibilidade
do clarear-se
e assim eclodirem,
ampliando-se manifestos,
plenamente existentes...

Imagem: The 4 girls

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Chuva...


Chuva...

 
 Quando a chuva cai
 a recebem os sedentos,
 a resguardam as vertentes,
 a recolhem os rios,
 as seivas lhe dão aroma,
 e as flores a transbordam
 em chuva de cores...

  ...e as cores chovem em mim...
 
imagem; Kitty & Kal-El

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Navegado norte...


Navegado norte...

 Navegadas noites,
 noites navegadas,
 negadas noites,
 noites negadas...
 Negra nau noturna,
 nativa nave nua,
 nítidamente notívago
 navegante náufrago...
 Nenhuma nota,
 nenhuma notícia,
 naquela noite neblinosa
 nutriu-se negror n'Alma...
 Noutras nascentes,
 nunca ninguém
 negligenciou navêgo...
 Nalguma nuvem
 nasceu naturalmente
 nostálgica névoa...
 Nívea nau nirvânica
 navega...
 navega...
 Norteada navega!
 
gaivotadourada

imagen:    http://www.bbc.co.uk/arts/images/multimedia/turner/fishermensea.jpg

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Reescrita...



Reescrita...

 Não me pergunte do por quê,
 só sei do quando...
 Não me indague das prisões,
 só lembro dos banidos...
 Não me reclame as fitas,
 só desatei os nós...
 Não me defina nas cores,
 só desenhei à crayon...
 Não me busque no todo,
 só entendo da parte...
 Não me aponte o caminho,
 só preocupo com os passos...
 Não me interrogue sobre a magia,
 só sei que nada sei sobre o tema...
 Não me espere com a poesia,
 só encontrei o poema...

 
gaivotadourada

sábado, 11 de outubro de 2008

Um vazio no silêncio...


  Ah! Que saudade que bate,
  que estranho sentir do vazio...
  Onde foram em silêncio esconder-se,
  deixando um espaço triste e sombrio...
  Porque um "negar-se latente"
  veste por hora, as formas que têm
  e se encolhem invisíveis, às ocultas,
  subservientes ao nada do som...
  Ah! Porque me tiram o dom?
  Porque me deserdam assim,
  da alegria, da esperança, do porvir,
  somente tristeza me deixam sentir...
  Porque sorrateiras se evadem,
  não me deixam um sonho narrar,
  ele esmaece, se vai, passa,
  não consigo mais lembrar...
  Que faço então dessas letras,
  perdidas, mudas, esparsas,
  gestantes de sons que escutam de mim?
  ...Se vocês, rebeladas palavras,
  comigo brigadas,
  caladas nas mãos,
  não ouvem, não falam,
  se negam a mim...
  

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Lindos luares...


  Lindos luares,
  lastimosas lonjuras,
  lendários lembráveis
  lembrando lugares...
  Lampejos luzentes,
  lúcidos luminares
  lançaram límpidas
  libertarias leis...
  Linhos leves,
  lavados,
  louvaram lícitos
  labores...
  Lá,
  lívidos lençóis,
  levitam,
  laicos legítimos
  lançam lúbricos
  lânguidos lamentos...
  Lepidamente lampeja
  lumíneo luar...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Verso em movimento

Verso em movimento...
 
 Observe o movimento...
 Um movimento qualquer
 de um qualquer que se mova...
 O mover do movimento
 de um qualquer que se moveu,
 movimentou o instante,
 movimentou a essência,
 movimentou a vontade,
 movimentou o Universo,
 ou foi o Universo
 que moveu
 o momento...?
 Observe o movimento...
 Qualquer que seja o instante,
 qualquer que seja a essência,
 qualquer que seja a vontade...
 Observe o Universo!
 Movimente-se no Verso...
 Observe-se Vivendo...
  ...basta que observe o movimento...

  Absorvendo o movimento
  absorveu o verso,
  absorvendo o verso
  se Uniu ao Universo!

Prece... peço... pressa...



 Quando choverem todas as chuvas,
 quando o sol acordar
 sendo o sonho do horizonte,
 quando a cor florir antes
 da florescida flor,
 quando o verde entender-se terra,
 quando a terra revelar todos os cristais,
 quando rios e mares
 unificarem-se mesclados,
 quando os barcos voltarem
 desfazendo a solidão dos cais,
 quando os ventos gritarem
 vendavais pelos ares,
 quando as preces forem asas
 voando apressadas
 abraçando o céu,
 quando a vida levantar o véu,
  ...me chamem...
 para que eu escolha entre milhares,
 o sonho que é meu,
 o meu sólido sonho,
 meu solitário solidário eu...
  ...serei um eu confesso,
  estarei plenamente
  de regresso...!

 

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O segredo...


O segredo não está na gaivota em si,

nem no vôo que a gaivota voa,

mas na amizade entre ela e o voar,

na cumplicidade que existe

entre as asas e o ar...

Pertences...



...é como lança cravada no sol
  que se derrama em incêndios,
  como um parar de repente
  das águas correntes do rio,
  é como um vento pendurado
  no sombrio de um parreiral...
...é como essa gargalhante tristeza,
  que coloca gargalheiras a travar a voz,
  que recolhe luz e destila tormentas,
  como um entalhe que dorme num acordar,
  e acorda num sonho entalhado em pedra fria...
  Revela-se assim, esboço apenas dessa obra mais prima,
  de qualquer poema, não é a rima,
  é uma poesia sem o poeta,
  é o espaço da cor da flor da primavera passada...
...é essa esperança tresloucada dos paralelos trilhos,
  sonhando o encontro...logo ali...
  é como o raso do profundo desse poço estendido,
  esse jeito confuso e incontido do conter-se
  nas tentativas insanas, ao riscar-se limites,
  tentando não escorrer-se...
  Ainda assim, é esse sentir incabido,
  de um caminhar parado,
  pairado por sobre um chão que passa...
  Foi urgente essa leitura socorrista,
  com os olhos baixados, mas não cerrados,
  olhei para dentro, vislumbrei diversificados motivos,
  escancarada no peito a identidade...
...descubro por fim...é a saudade,
  indolentemente a rir-se de mim!

   

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Quando uma rosa se vai...


...quando uma rosa 

   da roseira se vai,

   fica essa falta tão crucial,

   fica a tristeza escondida em cada flor,

   fica um vazio desbotado no roseiral... 

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

...dos viveres da existência


  ...O sol nasce
  o sol se põe...
  Assim somos nós
  no horizonte da vida...
  ...Ainda assim
  é valioso
  esse dia chamado
  "vida terrena"...

  
  * ...Para um Sol chamado Luiz Felipe...
  (...que acaba de iluminar o poente...)


quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Pressa...



  ao saber da pressa do tempo,
  pode-se avaliar
  a corredeira das águas...


quinta-feira, 28 de agosto de 2008

...do cuidar...



  Há momentos que nos chegam
  e nos fazem observar,
  muitas vezes sem querer
  por vislumbres enxergamos,
  atitudes... proceder...
  Foi assim que me peguei,
  num relance de visão,
  e notei sobre os "cuidados"
  que na vida constatei...
  ...é um cuidar tão cuidadoso,
  que a flor tem com sua cor,
  e também com seu perfume,
  pois lhe sabe o valor...
  ...que dizer do cuidado
  que as mães tem pelos filhos,
  se desfazem até da luz
  para ao filho dar mais brilho...
  ...qual mais lindo é o cuidado
  que o ensinar do bater asas,
  (para o filho passarinho),
  ter coragem...voar a vida
  no primeiro "sair" do ninho...
  ...já notaram o cuidado
  das abelhas no labor?
  Sabem certo o que fazer,
  e o fazem com amor...
  ...por demais são conhecidos
  os cuidados ofertados,
  quando o amor envolve a vida
  dos que estão apaixonados...
  ...Eis que a vida tira o véu
  ao mostrar com poesia,
  o cuidadoso cuidar cuidado
  que existe na alegria...
  ...mais ainda, em poema
  nos ensina uma verdade,
  o cuidado carinhoso
  que existe na amizade...
  ...Foi assim que observei,
  num instante sem querer,
  num relance de visão,
  o "cuidar"....é bem querer...

  ...essencial para um viver...

   
   

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Dessegredando...


...a aurora desvencilha-se da noite

e revela em poesia colorida

o transfundir de cores

que viveu com o poente...

Seculares silêncios...


Seculares secretos segredos,
segregados seguros segundos,
serpenteiam serigrafados sentimentos
silenciando sozinhos seres,
solidão solidifica sentenciando
serenos sorrisos silentes!
Secretos seculares segredos,
sementeira semeando
seguros segregados segundos,
sentimentos serpenteiam serigrafados
seres silenciando sozinhos...
                                                ...Solitário sino soa solitude,
                                                    seguindo solitários silêncios...
                                                     Silêncio seculares seguem...




imagem: Google

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Sempre...


  No poente
  o sol solve-se
  aquecendo
  reminiscências...

  No alvorecer
  o sol ressurge-se
  iluminando
  certezas...


quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Avencas...



Avencas recatadas

de um verde sutil,

felizes nos sombrios da mata,

alegres nos recantos

das margens do rio...

Devaneios...


A esperança vã

acolhe

os que se perderam

nos sonhos...

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Gentis garimpadas gemas...

Gentis graças geridas,
garantindo graciosos galanteios...
Gravitam grandes guardiões
guardando graves gladíferos,
gerenciando guerreiros gerundivos!
Grotescos grunidos guerreiam,
gargalhando garridos gorjeios,
gesticulando gritantes gestos,
garimpam grandiosas gemas,
grupando gananciosos generais...
Gráficas gravuras gravadas,
gavinhas giratórias,
geradas geratrizes,
gritam galgando
grimpas grafitadas....
                                 ...Graças gentilmente guardadas
                                    Gerreiros guardiões garantem
                                    gemas garimpadas...
                                 ...Galanteadas Gemas!
                                    Gemas gélidas!
                                 ...Granadas gemas!


domingo, 17 de agosto de 2008

Sonhos no varal...


 

Pendurei no horizonte
os meus sonhos alvejados,
já batidos, anilados,
espremidos, bem torcidos,
antes, panos encharcados
pelas lágrimas molhados...
Lá estão já quase secos,
pela brisa que os embala,
e o calor do sol poente...
Amanhã...
sonhos refeitos,
novamente eleitos sonhos,
num dançar de banderolas,
brancos lenços me acenando...
eu os recolho novamente,
dobro e guardo no meu peito
com a luz do sol nascente...

Canoa Silente...


Uma canoa desliza...

na fina manta d'água,
indeleve,
como quem não se atreve
a perturbá-la sequer...
Onde irá assim tão quieta
num navegar sorrateiro?
Tem um complô com o canoeiro
ou carrega um aventureiro?
...e assim navega a canoa ...sumindo,
desfazendo-se na neblina
indo na direção da curva do rio...
Sempre no fim do dia,
sempre na mesma hora,
essa canoa efêmera
passa... E vai embora...
Vai-se a canoa silente,
num fim de tarde já frio,
leva um segredo embarcado
para alguém que tem no olhar de espera,
a esperança que chegará pelo rio!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Para ser flor...



 
Para ser flor
tem que ser cor,
ser magia,
ser felicidade,
ser também alegria!
Para ser flor
tem que querer
ser flor noite e dia,
querer do poema a poesia,
querer do beija-flor
o beijo que acaricia!
Para ser flor
tem que querer
o querer da esperança,
sem tempo nenhum
de cobrança,
para recolher no orvalho
o amor que por hora
só tem na lembrança!
Para ser flor
tem que ser antes primavera,
em suas mais densas cores,
para saber a verdadeira verdade
da plenitude das flores!

Para ser flor...
mas flor de verdade,
é ser a magia da cor
e a alegria da felicidade!

...e o mais importante...

depois da sabedoria,
de todo esse saber por fim,
é vivenciá-lo com maestria,
em tempo integral
do viver real
de uma flor
num jardim...
Para ser flor....para a flor ser amor...

domingo, 8 de junho de 2008

Soltar amarras para um sol que ri...




Queria tanto soltar as amarras
e escorrer feito riacho alegre
e receber os raios fulgurantes
de um sol que ri para a vida...
...absorver esse riso
e devolver ao céu
que me parece daqui,
um rio correndo,
carregando o sol risonho
nas suas águas!


....água e luz - vida!

sábado, 10 de maio de 2008

Me perguntas eu te respondo...



Por que te lanças incrédulo
nesses pensamentos taciturnos?
Por que desfiguras a fronte
com linhas que não são do horizonte?
Por que escondes o sorriso
com esse nervoso riso?
Por que cruzas os braços
negando o aconchego do abraço?
Por que travas o andar
fugindo dos destinados passos?
Por que calas as palavras
emudecendo a voz?
Por que esse olhar desolhado
não querendo ver?
Por que suspendes o suspiro...
e apenas choras?

...Lhe respondo por quanto ainda posso,
balbuciar entremeio dores...
Minha alma, humana por hora,
não mais suporta...e chora
por tanta maldade,
não mais suporta ...e chora
por tanta desumanidade...
...e chora...por não mais suportar!


quarta-feira, 7 de maio de 2008

Haikai 72



árvores despidas
no rigor do inverno-
por isso caducas

domingo, 4 de maio de 2008

Haikai 68




a floresta ensina
segredos do bem viver-
manter harmonia


As Rosas que não são rosas...


Nem toda Rosa é rosa,
mas é Rosa mesmo assim,
tem Rosa vermelha, Rosa amarela,
até Rosa azul eu já vi,
tem Rosa rosa, Rosa branca
que é Rosa e não é Jasmim...
Mas para o Poeta,
uma Rosa é uma Rosa,
seja lá qual for a cor,
está presente na sua prosa,
é a Musa de seus versos,
representa o Amor!


quarta-feira, 30 de abril de 2008

Haikai





nas tardes de outono
bocas manchadas de amora-
vida de quintal