quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Essa Ponte que nos espera ...



O Poema vestido de Poesia é apenas uma ponte 
que liga esse "nós comum" ao "nós supremo", aquilo que realmente somos......
 E a travessia, é o entendimento e o encontro com o "nós verdade"...




Se assim não fosse, qual a razão de um Fernando Pessoa?



Andei léguas de sombra 

Andei léguas de sombra   
Dentro em meu pensamento.   
Floresceu às avessas   
Meu ócio com sem-nexo,   
E apagaram-se as lâmpadas   
Na alcova cambaleante.  
Tudo prestes se volve   
Um deserto macio   
Visto pelo meu tato   
Dos veludos da alcova,   
Não pela minha vista.   
Há um oásis no Incerto   
E, como uma suspeita   
De luz por não-há-frinchas,   
Passa uma caravana.  
Esquece-me de súbito   
Como é o espaço, e o tempo   
Em vez de horizontal 
É vertical.  

Fernando Pessoa





imagem: Google

7 comentários:

chica disse...

LINDÍSSIMA "ponte"... Sempre antenadinha,heim? beijos,tudo de bom,chica

Helena Chiarello disse...

Oiiiiiii, amigamada!!

Nussa, que saudade!!

E chegar aqui e encontrar uma postagem assim, faz um bem imenso ao coração!

Sabe que fico pensando sempre nessas "pontes" que vc faz e acho ótima a facilidade que vc tem de analisar, ponderar, refletir e escrever sobre as coisas... Sou fã, viu? rss

E adorei teu comentário na minha crônica-camarão! kkkkkk! E foi tudo a mais pura verdade! rss

Um beijoooooooo! Amo você!

Leninha Brandão disse...

Gaivota querida,o teu verso é uma ponte para o infinito e nos leva ao sonho,à magia e ao encantamento.

E,acompanhado do Poeta maior,trazem luz e cor,ternura e brilho a esta primavera que explode em aromas e cantos de cigarras e passarinhos.

Bjssssss,amiga,
Leninha

Anne Lieri disse...

Que maravilhosa sua escolha!Um poema simplesmente maravilhoso!Vim tb agradecer sua visita a minha entrevista no Mix!Valeu mesmo pela força!Bjs e bom fim de semana!

Anne Lieri disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anne Lieri disse...

PS- Obrigada por postar meu livro por aqui tb!Bjs,

Anderson Fabiano disse...

Sabe, Gaivota,

Nesses tempos de me redescobrir como parte do todo, me foram emprestados (ou confiados, não sei bem), um sem número de novos conhecimentos.

Milhares de partículas de uma Verdade, homeopaticamente, transferidas à minha ignorância terrena, me fazendo melhor a cada dia.

Pouco sei de vc além do muito que sei. Mas, sei o bem que me faz ouví-la e sabê-la amiga.

Pontes? Elos inadiáveis a unir criaturas ao Criador, amigos à amigos, fazendo de Itaara, por
exemplo, um espaço limítrofe ao muro de nossa casa.

Meu carinho (sempre),

Anderson Fabiano