As flores da minha infância me mostram
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Karma
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Percepção...

Percepção...
Que o Não-manifesto
se manifeste total,
que se impregne vítreo,
reluza luz difusa
e se coloque num alvorecer...
Quando chegado, seja drusa,
amor cristalizado,
pétreo líquido rolado
que emoldura corações...
Que essa luz deixe rastros
ígneos sulcados
nas alamedas da alma,
sejam os desejos alados
que sustentam a consciência,
seja o esplendor raiado
na vitalidade “pranificada”,
o interno e o externo unificados
planificando o verso e o reverso,
sob o holofote universal,
imprimindo o Deus manifestado!
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
A Alma da Nova Estação...

A Alma da Nova Estação...
Prevendo que a manhã chegaria
num resplandecente raio de sol,
já a certeza visitava o coração
avisando que as flores se abririam
festejando a nova estação...
Com desvelo e ternura já se pintavam
desenhando-se nas paisagens leves
que os olhares guardam
como primorosas telas
inspiradas por um ser divino
e manifestadas nos matizes,
como se as cores fossem
sonoras notas vibradas de um violino...
Pronta a montagem do cenário
onde encenam da vida o movimento,
num passo a passo de uma dança, em voares
ou simplesmente levados pelo vento...
É a ressonância do perpétuo Todo
nesta estação que pereniza as essências,
alegra nossa alma e nos mantém a esperança
que nos faz buscadores a viver vivências,
persistência no tecer ninhos,
desapego no mudar rumos
no ato de percorrer caminhos...
Assim é que as primaveras se realizam
e as cores se perfumam...
imagem: Google
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Se acredito...
Benditas as benditas ditas,
bentas palavras escritas,
como Poema que a Poesia num grito
benze como água benta...
E por todo esse dito,
por todo o bento escrito,
não fujo nem evito,
busco nas perguntas aflitas,
quero respostas lícitas,
imagens bem vistas,
definições em listas,
na leitura insisto,
textos eu revisto,
eu reflito,
eu medito,
se acredito
então novamente reedito
esses escritos... E deles minha alma visto!
domingo, 16 de agosto de 2009
Os caminhos se alongam...
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
terça-feira, 4 de agosto de 2009
No último instante...

No último instante...
Que caia por sobre mim
toda a chuva existente,
para que no último instante meu,
eu tome consciência da vida contida
em cada molécula de água...
Que estejam presentes em mim
todas as chamas que aquecem
e catalisam a vida,
para que no último instante meu
eu saiba da reação induzida
que gera todo viver...
Que me percorra por toda a pele,
a ventania de ventos,
comandantes dos movimentos
que perfazem respiração,
para que no último instante meu
eu respire a última realização,
execute a última ação
e conheça por fim o mecanismo da vida...
Com isto que eu caia por sobre a terra,
com densidade e completude,
com tempo suficiente
para agradecer à matéria,
pela bondade de ter sido substrato,
permitindo meu Eu ser Alma...
Assim, dissolve-se a matéria,
retornam os elementos para a individualização...
Separação...
Água, Fogo, Ar e Terra,
fora isto o Eu...
Então estarei livre... Verei a mim mesma,
terei algum entendimento da verdade,
e poderei ter um pequeno vislumbre do infinito...
imagem: Google
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Plenitude
quinta-feira, 2 de julho de 2009
A infinitude do sempre...

A infinitude do sempre...
que a alma canta,
aquelas que ainda perduram,
e num ressoar distante
vibram na pele de uma lembrança...
Lembrança que por hora
trancafiada num finito,
(quando num presente, era infinita...)
emoldura um sentimento que parece ser
um para sempre definitivo...
Esses "para sempre" desagregadores,
que atormentam,
que nos assombram,
que se assomam
e de longe nos acenam...
...E se perpetuam
num outro
"sempre" infinito...
imagem: Pino Daeni - Pintura
domingo, 31 de maio de 2009
Renga-no-haikai
terça-feira, 19 de maio de 2009
Florescência Existencial...

Florescência Existencial...
Minhas flores dos jardins
florindo interagem
com as outras vidas todas
que interagem entre si.
Assim vão existindo,
existências individuais
nas diversas dimensões
que permeiam cada ser...
Dimensões que somadas
constituem o universo,
esse todo integral,
que entretanto se divide
para o Uno ser buscado...
Nada existe separado,
separado desse Todo
que interage unificado,
resultando na vivência,
que se expressa na existência,
de tudo aquilo que percorre
e navega no infinito...
Isso tudo está mostrado,
e muito bem fica explicado,
numa simples flor florida
nos jardins desse universo,
no universo dos jardins
que existem em cada ser...
imagem: Google
sábado, 9 de maio de 2009
Luminares...
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Ainda... Amor

Ainda... Amor
Ainda restam no chão
folhas do outono já ido,
e isso apenas demonstra
que nem sempre aquilo que finda,
se vai, parte e se ausenta...
Ainda pode-se ver no horizonte
resquícios de raios do sol deste dia,
e isso fala que nos rastros
existe a essência completa,
na parte, a imagem do todo...
Ainda são coexistentes os sons,
que num aurir, vibram perenes
com os sons emitidos no agora,
embora pareçam, não são unidos,
mas chegam como um só, aos ouvidos...
Ainda é possível ser possível
mesmo que impossibilidades
se mostrem integrais,
maiorais e intransponíveis,
e determinem todos os ais...
Possível ainda ser possível...
Pois o Universo sempre conspira
a nosso favor... a isto chamamos Amor...
imagem: Google
domingo, 19 de abril de 2009
Pertinência...

Pertinência...
Um dia de sol sumido,
desses que a luz não brilha,
deixa a alma sombria
e o coração sem partilha...
Desmoronam-se as visões,
quedam-se as esperanças,
fervilham em borbotões
na mente as velhas lembranças...
Lembranças que dormiam caladas,
se esgueiram dos cantos ocultos
se agitam, se jogam abaladas,
um tanto disformes os vultos...
Perambulam num vago vazio,
essas sombras por fim acordadas
acenam pedindo socorro
teimam em declarar-se abonadas...
Não fica o motivo bem claro
dos dias que se fazem assim,
mas com certeza eu sinto e declaro,
são minhas, as sombras... E choram em mim...
imagem: google
terça-feira, 14 de abril de 2009
Bem-te-vejo...

Bem-te-vejo...
Despertou o bem-te-vi
cantando pro astro rei
depois num bater de asas
se foi pra onde não sei...
Com certeza ele bem sabe
para onde deve voar
tem alguém lá na espera
para junto um canto entoar...
E assim passam os dias
nesse grande alvoroço
avisando aos quatro cantos
que viram a moça e o moço...
Bem-te-vi ele me grita
lá no galho escondido,
bem-te-vejo, eu respondo,
deixo ele comovido!
...olhando para o alto...a vida em movimento
em parceria com o vento...
imagem: google
sábado, 11 de abril de 2009
Improviso...

Improviso...
Ainda que de improviso
repercuto um ensejo,
por mais estranho que pareça
eu insisto no sorriso...
Que ninguém então se acanhe,
reações já antevejo,
na escolha do caminho
muitas coisas tem seu peso
a somar nas decisões...
E são tantas realidades,
outras meras ilusões
a refletir os desejos...
Mas cá dentro do meu peito,
figurando como inciso,
está gravado um pedido,
que releio como aviso:
seja sempre compaixão,
seja amor, seja alegria,
seja verso, seja rima,
como quem maravilhado,
(para todos ofertado...)
seja tudo que é preciso,
traga sempre estampado
a magia tão sagrada do sorriso!
imagem: sorriso
sábado, 4 de abril de 2009
Confesso, me surpreendi...

Às vezes me pego pensando
sobre a beleza das flores,
das suas formas, das suas cores,
do seu tempo de duração...
Penso, reflito e repito
p'ra dentro do coração:
- estamos aqui pelas flores,
pois são elas que garantem
o ar da nossa respiração,
pois perpetuam o verde
na sua reprodução...
Foi então num dias desses,
confesso, me surpreendi,
numa estrada à tardinha,
vi uma florzinha sozinha
num recanto arredio,
fui ver com mais atenção
olhando bem de pertinho,
eu juro...a florzinha me sorriu!
imagem: Campos do Jordão
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Olhando para o chão... (4)

...era assim frágil
porém insistente em labor,
seguia quase em reta linha
como do caminho sabedor...
Contornando pedras, cascalhos,
afastando folhas e galhos,
sentia a cada passo
a vitória pelo esforço,
e não parava sequer
para olhar o já vencido
nem o que pela frente restava,
vivia somente o agora,
a ação que executava...
Por isso talvez tenha em si
o luzir da integridade,
a consciência do existir
e o sentir da felicidade...
- Era alguém iluminado?
Não, um pequeno "cascudinho"*
que deixou meu olhar encantado...
...ao derredor a vida vive...
* Joaninha, inseto
imagem: google
segunda-feira, 23 de março de 2009
Ressonância...
Não existem ervas daninhas,
nem verde que venha avulso,
todos tem o seu encanto,
um porquê de estar aqui...
Brotam e crescem à revelia,
como todo Ser que vem
desvendar qual o segredo
e alegrias que a vida tem...
Se olharmos com carinho,
mesmo sendo rarifólios,
descobrimos raridades,
perfeições em suas formas,
exclusivos seus arranjos
que explodem em mil matizes...
São gentis ervas que curam,
são artistas sacrossantos,
trapezistas com magias
enfeitando os recantos
num trocar de energias
ao mostrar o seu florir
no cantar de sua cor...
Como podem lhe atribuir
mal fazer ou daninheza
se no mundo só ofertam,
em perene ressonância,
o ar que respiramos
e a bondade de sua beleza...
...não existem ervas daninhas!
Se existir daninhador,
é o olhar que a elas olham
com olhar sem ter amor...
imagem: vinca disfformis Pour
sábado, 21 de março de 2009
O cantar do vento...

Remansos tranquilos e azuis
que fitam o céu por vontade
espelham quereres infindos
que voam em liberdade...
São asas que buscam bem sei,
nas ternas tardes de outono,
a esperança voada no sonho
e o cumprir-se da Grande Lei...
Essa Lei que maneja a existência,
que a alma transcreve no vôo,
que ensina em cada revoar
a essência dizer: eu perdôo...
Perdoados estão todos vós,
que ouviram o cantar do vento,
que abriram asas em ascenso
sendo alma em movimento...
imagem: google
sexta-feira, 20 de março de 2009
Carências...

Ah! Que carência de leveza
a transbordar das almas todas...
Das almas que deveriam
emanar brilhos e lampejos
de sol, de luz, e de cor,
simplesmente serem amor...
Ah! Que carência que temos
de promissores caminhos largos,
emissores de paz e flores
para um convívio pleno,
promovendo os labores
que nos aterrizam por aqui...
Ah! Que carência de voz,
na ausência do som da vida,
na mudez dos ventos calados
que não mais cantam estações,
e nem sustentam sonhos alados...
Ah! Que carência que temos
de não ter carência na alma
e de ser apenas vivente,
ser estrada, rio e ponte,
ser como estrela cadente
que um dia caída do Céu,
plantou-se no horizonte...
... Ah! Que carência de Céu...
imagem: sozinha
terça-feira, 17 de março de 2009
Um aceno parado...

Flutuam imagens cansadas
por entre olhares vazios
que escondem sentidos pesares
por quem um dia partiu...
Nesse ir-se vagaroso
nem sequer foi dito adeus,
negaram saudades sentidas
por não terem emoções escondidas
e nem alegrias havidas...
Mas porém todavia,
sabiam que ao dobrar da esquina
haveria um voltar repentino,
que nem tudo estava fadado,
e num último desatino
deixariam num olhar, um aceno parado...
imagem: Google